PERFECCIONISTA [CCXXV]
À Lu H., hoje em idade nova
Meus erros os reviso com frequência,
só que, de novo, vou-os repetindo
e, talvez mais, o que nem acho lindo,
por cair, outra vez, na inconsequência.
Um lapso dá-se e já o dou por findo,
tratando-o com total irreverência,
pois que me venha nova consequência
– outra no rol das tantas, lá se indo.
O caso é que de estorvos sou caudal,
torrente mais dos erros desconexos,
à cor da imperfeição mais surreal.
Entre lapsos e acertos que cometo,
só te conserto toda é nos amplexos
que te dou, com bem força, num soneto.
Fort., 03/07/2010.