No quarto

Cantinho de parede aconchegante.

Luz baixa por debaixo de uma porta.

Cigarro aceso e fumaça dançante.

Verde fétido da esperança morta.

Renato com seu mento tão Veloso.

Elis de voz armada e de Baleiro.

Erasmo tem rock dourado e precioso.

Cantam por mim, infeliz brasileiro.

Sol e depois Lua, o dia não se despede.

Na pia pinga, o sangue sórdido cede

O vício em dor do pulso dilacerado.

Canto fraco com cólera em soluços

Me pego em choro no violão de bruços.

Sou eu quando só num quarto fechado.