INVERNO!

O inverno debruçou-se sobre a noite,
sozinha, a recordar-te, fiquei muda,
senti tanta emoção, saudade aguda,
daquelas que parecem mesmo açoite;

lembrei de ti, das juras que fizestes,
entre carinhos, beijos, mil sussurros,
dos teus olhares, tão sedosos, puros,
no chão, ao léu, jogadas nossas vestes;

naquele inverno não sentia frio,
o corpo teu, o vinho em nossa casa,
a mim me acalaroam, feito a brasa;

e agora o teu calor não mais me abrasa,
esta saudade me machuca, arrasa,
e tudo em meu viver ficou vazio.

Edir
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 01/07/2010
Reeditado em 19/06/2020
Código do texto: T2351755
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