R I Q U E Z A S

Tirem-me tudo na vida,

mesmo os brilhantes ouropéis,

mas me deixem na guarida

da caneta e dos papéis.

Companhias singulares

que trago na algibeira,

repositório dos pensares

que revolvo a vida inteira.

E assim neste mundo material

vou cultivando perenidades

que fazem bem ao meu astral,

Quais delícias inefáveis

os meus versos raridades

são riquezas inalienáveis.