A SENDA DA MISÉRIA
Se o nordeste é a senda da miséria,
Uma sina que transcende ao cidadão,
Já estamos atravessando a nova era,
Pois a gloria nunca chega ao sertão.
Como pode um povo ser espezinhado,
Pelo homem mas também pelo senhor,
Faz todo sentido a perda do dito amor,
Dando voz a estas revoltas anunciadas.
Além da seca ainda mas trombas d águas,
Vem arrastando as moradias e os viventes,
E na lavoura não lhes sobram quase nada.
As cidades foram transformadas em lamaçal,
Todas fedorentas sem asseio pra se morar,
E seus governantes planejando reformá-las
Este soneto retrata um momento em que várias cidades do sertão nordestino foram arrastadas por uma tromba d água, depois de anos seguidos de secas.
LUSO POEMAS, 14/12/14