ALMAS
Manchado de saudade e umidecida
no papel que em letras rudes é descrito
quem le sente a dor que traz o manuscrito
da alma que ao longe ama enternecida.
Se acomoda como pode e vaga ao léu
procurando ajeitar-se doidivana
mas sem jeito segue sempre a caravana
das que estão se amando no céu
Ais que ecoam no vazio longíncuo
na linguagem emudecida muito além
comunicam em pensamentos recíprocos
desvairados mas sem cometer equívocos
a eternidade para elas é muito pouco
nas moradas que as servem dizem, amém!