RATIFICANDO
Em confissão de amor, um dia eu disse,
Deslumbrado com tanta formosura:
Eu hei de amar-te até a minha velhice
E hei de achar-te sempre linda e pura.
O tempo se passou sem que eu sentisse,
E foi deixando, em mim, marcas sem cura;
Mas qual pomo te fez, pra que eu te visse
Muito mais linda, quanto mais madura.
Se o sol da minha vida, quase posto,
Fez marcas indeléveis no meu rosto,
Não se atreveu tocar no coração:
Pois ele continua como outrora,
Tão completo de amor quanto na hora
Em que te fiz aquela confissão.