RATIFICANDO

Em confissão de amor, um dia eu disse,

Deslumbrado com tanta formosura:

Eu hei de amar-te até a minha velhice

E hei de achar-te sempre linda e pura.

O tempo se passou sem que eu sentisse,

E foi deixando, em mim, marcas sem cura;

Mas qual pomo te fez, pra que eu te visse

Muito mais linda, quanto mais madura.

Se o sol da minha vida, quase posto,

Fez marcas indeléveis no meu rosto,

Não se atreveu tocar no coração:

Pois ele continua como outrora,

Tão completo de amor quanto na hora

Em que te fiz aquela confissão.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 07/09/2006
Código do texto: T234705