Soneto de fúria
A beleza é a feiúra;
A feiúra é o normal;
A sua face não responde o valor da altura
E a mascara de fantasma que trago no rosto é banal.
Não posso massacrar o teu belo rosto pedestal,
Mas por outro lado posso me calar.
Por que os seus dias de glorias estão no final,
Já que ninguém quer mais te adorar.
Sinta-se o máximo das tormentas,
Pois os pássaros passarão a te usar
Como um lindo deposito de excremento.
As lágrimas rolarão pelo seu rosto,
Talvez em forma de fezes perfumadas
E a noite meu gozo sentirá o seu belo gosto.