Prazeres ímpares
Edir Pina de Barros

Adoro ouvir a relva que se dobra
e exala doce cheiro quando a piso,
ou quando nela, sem pudor, deslizo
manhosa e devagar - esguia cobra.

Minha alma, frágil, quase se soçobra,
pelo prazer que sinto e cataliso
se o som de uma cascata, além, diviso
alegre a se espumar em cada dobra.

Ouvir os sons das águas murmurantes,
dos rios que deslizam para o mar,
rompendo, sem cessar, as verdes matas.

Nos pantanais e campos vicejantes,
ouvir belas araras a cantar,
no milharal o som das maritacas.
 
Brasília, 27 de Junho de 2010.
 
Livro: Poesia das Águas, pg. 40
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/06/2010
Reeditado em 16/07/2020
Código do texto: T2343868
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.