Triste andeja

De muito longe vim, tristonha e só,
pisando flores rubras da saudade,
a ruminar a dor que hoje me invade
e me tritura muito mais que um  mó;
 
eu sinto, de mim mesma, imenso dó,
pois sei que, nesta vida, nada há de
trazer de volta o amor, felicidade,
pois dela não sobrou sequer o pó.
 
O que ficou, daqueles tempos idos,
os mais felizes, muito bem vividos?
Os rastos se apagaram na poeira.
 
O tempo é sempre assim: voraz moinho
tritura tudo, até o fino espinho,
e deixa só saudade em sua esteira.
 
Cuiabá, 28 de Julho de 2.009.
Seivas d'alma, pág. 67
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/06/2010
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T2343800
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