Démodé
Edir Pina de Barros
O beijo agora está vulgarizado,
se dá aqui, ali sem ver a quem,
não é preciso amar ou ser amado,
pertence a todos, não é de ninguém.
Difícil ter-se um beijo enamorado,
daqueles que nos faz feliz refém,
e que guardamos muito bem guardado,
e não se tem aqui, ali, além...
Aquele beijo cheio de candura,
e que nos leva ao céu, nos faz sonhar
é démodé, retrô... Não sei o quê!
Já não se dá ao outro como jura,
porém se quer o beijo especular,
mostrado nas novelas da tevê.
Brasília, 26 de Junho de 2010.
ESTILHAÇOS, pg. 109
Que pena que o beijo ficou fora de moda. O bom é que v. mostra com muita propriedade a verdade. De sua sempre amiga, Marília Beatriz Figueiredo Leite
Edir Pina de Barros
O beijo agora está vulgarizado,
se dá aqui, ali sem ver a quem,
não é preciso amar ou ser amado,
pertence a todos, não é de ninguém.
Difícil ter-se um beijo enamorado,
daqueles que nos faz feliz refém,
e que guardamos muito bem guardado,
e não se tem aqui, ali, além...
Aquele beijo cheio de candura,
e que nos leva ao céu, nos faz sonhar
é démodé, retrô... Não sei o quê!
Já não se dá ao outro como jura,
porém se quer o beijo especular,
mostrado nas novelas da tevê.
Brasília, 26 de Junho de 2010.
ESTILHAÇOS, pg. 109
Que pena que o beijo ficou fora de moda. O bom é que v. mostra com muita propriedade a verdade. De sua sempre amiga, Marília Beatriz Figueiredo Leite
Belíssimo soneto que fala do mais simples gesto de carinho que ora, se transforma em artigo vulgar, as vezes até obsceno, de contos eróticos televisivos. Meus parabéns a autora que traz com encanto esta reflexão. Ervin Figueiredo