Démodé
Edir Pina de Barros

O beijo agora está vulgarizado,
se dá aqui, ali sem ver a quem,
não é preciso amar ou ser amado,
pertence a todos, não é de ninguém.
 
Difícil ter-se um beijo enamorado,
daqueles que nos faz feliz refém,
e que guardamos muito bem guardado,
e não se tem aqui, ali, além...
 
Aquele beijo cheio de candura,
e que nos leva ao céu, nos faz sonhar
é démodé, retrô... Não sei o quê!
 
Já não se dá ao outro como jura,
porém  se quer o beijo especular,
mostrado nas novelas da tevê.
 
Brasília, 26 de Junho de 2010.
ESTILHAÇOS, pg. 109



Que pena que o beijo ficou fora de moda. O bom é que v. mostra com muita propriedade a verdade. De sua sempre amiga, Marília Beatriz Figueiredo Leite
 
Belíssimo soneto que fala do mais simples gesto de carinho que ora, se transforma em artigo vulgar, as vezes até obsceno, de contos eróticos televisivos. Meus parabéns a autora que traz com encanto esta reflexão. Ervin Figueiredo
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/06/2010
Reeditado em 19/10/2020
Código do texto: T2342259
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.