Ao Piano
Ao piano sentada, contrafeita,
Da menina linda o rosto incendiado,
Deixou a mãe surpresa e satisfeita,
À primeira corrida do teclado.
António, alma franca e sem modéstia,
Perguntou à mãe de que ópera saíra
Aquele trecho de música, aquela réstia
De luz, coada em suave caxemira.
A menina parou, correndo os dedos
Pela bainha de um lenço, rosadinhos
Tentando ultrapassar infantis medos.
As jabuticabas ternas dos olhinhos
Soltaram risos, e falou folguedos:
– A música? fui eu… e dois anjinhos!
Ao piano sentada, contrafeita,
Da menina linda o rosto incendiado,
Deixou a mãe surpresa e satisfeita,
À primeira corrida do teclado.
António, alma franca e sem modéstia,
Perguntou à mãe de que ópera saíra
Aquele trecho de música, aquela réstia
De luz, coada em suave caxemira.
A menina parou, correndo os dedos
Pela bainha de um lenço, rosadinhos
Tentando ultrapassar infantis medos.
As jabuticabas ternas dos olhinhos
Soltaram risos, e falou folguedos:
– A música? fui eu… e dois anjinhos!