licença poética...

“toda oração subordinada é uma escrava

presa ao feitor de uma gramática formal

que por castigo numa língua sempre crava,

o cravo imundo na semântica venal...”

“é bem difícil dizer como a língua trava

na hora exata em que a regência não verbal

transgride a voz como uma fera louca e brava

que grita o nada de uma forma natural...”

– conheço bem a doce fera enlouquecida

que não respeita numa língua o seu limite,

seu nome-letra rima dor com dinamite

com um cinismo que ultrapassa toda vida...

– chama poeta este animal (a doce fera),

pois só com ela a língua “muda” e não se altera...