Soneto para o menino que morreu
Ele perdeu sua alma nas esquinas
Por onde, distraído, passou.
Seu coração secou de ruínas
Tantas que, deveras, chorou.
Perdeu seus passos, seu tato,
O equilíbrio e a esperança...
Seu sangue estancou, de fato,
No choro doído de uma criança.
Havia um menino tão lindo, enfim,
Não tão sorridente quanto sonhador.
Sem meio, sem inicio e sem fim...
O menino, lamentavelmente, sofreu...
E de tanto esperar à toa, esqueceu.
Que a vida voa... Que pena! O menino morreu...