CÁLICE MALDITO
"(...) não nasci para me tornar esqueleto."
- A. Rimbaud -
Existe antídoto para as gotas de fogo de Ferdinando?
Minha boca seca pede pela água santa, misericórdia.
Meus lábios clamam por resposta, fazem pergunta da discórdia:
Existe antídoto para aquele que insiste em seguir amando?
Cálice maldito! Morrerei e meu coração aflito chora.
Só há magia nas terras da Ciméria, muito distante de atingir
E o calor em meu ventre avisa que é chegada a hora de partir.
Cálice maldito! Eis o meu conflito: não quero ir embora.
Tarde demais! Correndo em minhas veias, amor, a mor, a morte
Me consome e assume o sabor de veneno amargo, mui profundo.
Assim sigo morrendo sem entender o fado de tal sorte.
E a ária noturna das espumas e areias seguem operando
A Eterna Canção, terna, suave e delicada, plano de fundo
Perpétuo mundo, onde meus ouvidos descansam soçobrando.
>>KCOS<<