CÁLICE MALDITO

"(...) não nasci para me tornar esqueleto."

- A. Rimbaud -

Existe antídoto para as gotas de fogo de Ferdinando?

Minha boca seca pede pela água santa, misericórdia.

Meus lábios clamam por resposta, fazem pergunta da discórdia:

Existe antídoto para aquele que insiste em seguir amando?

Cálice maldito! Morrerei e meu coração aflito chora.

Só há magia nas terras da Ciméria, muito distante de atingir

E o calor em meu ventre avisa que é chegada a hora de partir.

Cálice maldito! Eis o meu conflito: não quero ir embora.

Tarde demais! Correndo em minhas veias, amor, a mor, a morte

Me consome e assume o sabor de veneno amargo, mui profundo.

Assim sigo morrendo sem entender o fado de tal sorte.

E a ária noturna das espumas e areias seguem operando

A Eterna Canção, terna, suave e delicada, plano de fundo

Perpétuo mundo, onde meus ouvidos descansam soçobrando.

>>KCOS<<

Karlla Caroline
Enviado por Karlla Caroline em 21/06/2010
Reeditado em 02/09/2010
Código do texto: T2332047
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