*SEM RECEITA

Sem receita ofertei meu coração
Meus sonhos, e  minha vida, meu eu
A escrita nunca quis abjeção
Nem se havia açúcar, sal no apogeu

Apenas o olhar no registro amiúde
Sem cortes sangrando aos mil pedaços
Apenas nas palavras muito rude
Vinham brocando açoites deslocados

Na foto sisudez sem um sorriso
O meu constante ofuscava lacre
Quando a cortina abriu de improviso

Palavras desenhadas em espreita
Nas entrelinhas gosto do massacre
Lacrei a cena, no amor não há receita
                                           sonianogueira





 
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 20/06/2010
Reeditado em 21/11/2018
Código do texto: T2331259
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