O menor abandonado precisa de um olhar

Um menino calado, corpo magro, descalço

Andando pelas ruas escuras e obscuras

Vivendo a experimentar muitas amarguras

Descobrindo tão cedo a dor em cada encalço.

Dor sublime, dentro de um corpo com frio

Cobertores que não esquentam, não trazem acalanto

Tem horas que nesta vida triste o pranto,

Arranca de dentro do peito arrepio.

Menino que sente miséria na fome

Pede, implora, humilha o alimento

Sua vida e de irmãos é um tormento

Mas acha que isso preocupa o homem?

O menor abandonado, quem há de lembrar?

Tirá-los das ruas, dar-lhes um lar, fim do sofrer?

Uma vida digna, um sonhar, um novo viver?

Uma escola para estudar, um futuro a realizar?

Os homens não lembrarão, eles veem, mas não tem ação

Porque simplesmente eles não tem coração.

Márcia Moreno
Enviado por Márcia Moreno em 19/06/2010
Código do texto: T2329067
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