SONETO DA SAUDADE
Por aí vou andando ao Deus dará
Meu ‘spírito a vaguear sem destino,
Sem métrica, sem rima, sem atino,
Perdida em minha vida, como s’rá?
À procura Senhor não sei de quê,
A saudade a crescer sem eu querer.
Mas se não tenho força prà vencer
À toa vou, sem entender porquê.
Cada vez mais distante o meu passado,
Os cabelos mais brancos da idade
E o corpo enfraquecido e pesado.
Pra quê contar da minha mocidade
Que ao tempo já não tenha recordado?
Aumentar ‘inda mais minha saudade…
Lisboa - Portugal