Angústia

 

Oh alma fúnebre que me pertence, donde estou?

Tudo me passa, o mundo me passa, e não vejo!

Pois que nada me toca o corpo, um vão desejo;

Calor escuro, suor gelado, não define o que sou!

 

A vida que contempla o destino em mim deixou,

Uma imensidão suntuosa. Ouvira o meu pejo

Na transparência infindável de um idôneo beijo,

Numa perpétua cobiça de regalos, e se findou!

 

Num branco desejável de luz plena e ternuras

Clareia-me a lua, em meio às nuvens escuras,

No neurótico e perpétuo tempo, que me conduz!

 

Diga-me! Oh criatura, que me faz de ti saudade,

Donde estou? Oh, clamo-te! Em sua lealdade:

Faz de a tua voz a verdade rígida que me traduz!

 

(Poeta Dolandmay)



Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 15/06/2010
Reeditado em 06/06/2013
Código do texto: T2320711
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