DA MINHA SORTE
Eu cá nesta fazenda olhando o gado,
Fitando a vaca ao cio toda faceira,
Pensando em minha vida malfadada
Querendo amar assim minha parceira...
Mas ela vive ali naquela casa
Nas miras do patrão, e amando outro...
Talvez se olhe assim no espelho um douto,
E de um analfabeto eu não passe.
E quando ele vem, ela o recebe
E o abraça e o beija, e eu do outro lado
Batendo em meu trabalho... não percebem
No olhar desse pião apaixonado.
Mas eu não posso tê-la, sou da plebe,
Não há em mim beleza e nem o fado.
Patrick