*SOLIDÃO

Muitas vezes encontro a solidão
Meus momentos a sós com a verdade
Diálogo entre serenidade e furacão
Aqui a sensatez nata, ali voracidade

Confesso a mim segredos disfarçados
Remendo como colcha cada trapo
Reboco na parede dos achados
Pedaços que encontro vil farrapo

E vou levando firme agulha e linha
Refaço o invólucro passo a passo
Aos poucos colorindo a sanha minha
Retorno e abro os olhos no mormaço

Rio dos caminhos que não tracei
Reponho o pensamento a ti cheguei
                                        sonianogueira

Domina o pensamento plenamente,
Não deixa mais espaços para nada,
A solidão devora e a madrugada
Em trevas e neblinas já se sente,

O quanto poderia e nada atente
Para os caminhos ermos desta estrada,
A sorte noutra face desenhada
Agora se transforma em penitente.

Vasculho alguns recantos do passado
E bebo deste mundo avinagrado
Medonhas e terríveis fantasias

Afloram a me entranham, vã promessa
O tempo que em vazio já se expressa
E os sonhos se inda restam, esvazias.
                                             marcosloures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 10/06/2010
Código do texto: T2312078
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