Prece

 

Oh criatura luzente de afetos frêmitos,

De intensos prazeres, de doutrina leve,

Que na epístola mordica se descreve;

E que se desfaz, e se lança ao infinito...

 

Criatura de imensa voz, e de um mito;

Do irreal dos louvores, único e breve,

E das palavras, que sombria se escreve

O amor, desleal de solidão, e maldito...

 

Oh ser que de paixão fremida se renova,

Que se arremessa, e que se prova

Na imortal combustão de suas dores...

 

De o seu ventre alimenta-me em calor,

Traz-me o seu fruto, imune de dor;

O de igual coração, o de seus amores!

 

(Poeta Dolandmay)


 

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 10/06/2010
Reeditado em 04/07/2013
Código do texto: T2311234
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