Prece
Oh criatura luzente de afetos frêmitos,
De intensos prazeres, de doutrina leve,
Que na epístola mordica se descreve;
E que se desfaz, e se lança ao infinito...
Criatura de imensa voz, e de um mito;
Do irreal dos louvores, único e breve,
E das palavras, que sombria se escreve
O amor, desleal de solidão, e maldito...
Oh ser que de paixão fremida se renova,
Que se arremessa, e que se prova
Na imortal combustão de suas dores...
De o seu ventre alimenta-me em calor,
Traz-me o seu fruto, imune de dor;
O de igual coração, o de seus amores!
(Poeta Dolandmay)