Desejadas Angustias
Quero, eu, fazer deserto de minha vida,
E com voracidade, destroço de minha estátua.
Quero gritar ao mundo que a alegria lívida
Findou e se propagou a angustia perpétua.
E a morte prá sempre me leve inteiro
E espero ser minado o sangue meu,
Quero ser jogado ao mar, mas primeiro,
Desejo desfazer-me do que um dia se perdeu.
Sozinho em meio a canibais inveterados,
Longínquo dos sonhos dos vêneros humanos,
Minguar nos mais lassos temores soberanos,
Sê mais finita, Ho ingênua fantasia
E em vez de luz, amor e alegria,
Quero a dor da escuridão, da tristeza e do engano!