O eu do espelho
Eu sou esse nada que está percebendo.
Não tenho esperanças a alimentar.
O monstro desespero está nos corroendo,
Me roubando o belíssimo dom de amar.
Em cada um dos meus medos estou me escondendo,
Não sei se existe algo para me animar.
Sei que lá fora o dia acordou chovendo
E impediu o radiante sol de se levantar.
Olhei ao espelho e ainda me vendo
Percebi o velho eu querendo se libertar.
Me perguntou sobre o dia e nada pude falar.
O silêncio gritou: "Não está mais chovendo!".
E o "eu" do espelho voltou a sonhar,
Estava de vez livre, liberto a amar.
Dsoli