Adeus meu amigo

Hoje eu perdi um amigo , muito mais que um amigo , um companheiro de longa data , aquele que nunca me disse não , fazia qualquer serviço , em qualquer dia em qualquer hora , era madeira de dá em doido , era pau prá toda obra . Quantas jornadas passamos juntos , quantas obras nós fizemos , seja perto ou seja longe , era só eu chamar e você estava sempre pronto , entrava em meu carro sem perguntar o destino , sempre junto comigo , nunca negou fogo , a gente saia pelas estradas e não tinha dia nem hora prá voltar . Bom de copo e de boca , gostava também de um forró , era um pé de valsa. Mulher bonita era com nós mesmo se abria todo quando via um rabo de saia. A gente sentava à mesa e pedia uma cerveja e depois outra e mais outra , só parava lá pras tantas.A gente bebia e dançava depois de um dia cansativo de trabalho , você gostava muito e eu também, você era um bom companheiro..

Meu amigo que falta você me faz

ficou doente, não pôde mais trabalhar

eu via o seu sofrimento

vendo a doença chegar

sofria aqui por dentro

por não poder lhe falar

dessa moléstia maldita

que não queria lhe deixar.

Eu que fiz tão pouco por você meu amigo querido ,e mesmo assim eu sentia em seu rosto a gratidão por eu ser seu amigo. Eu me sentia impotente quando via em você a esperança da cura e eu lá fundo sabia o quanto a doença era cruel e eu sofria mais ainda por não poder lhe ajudar.

Rimen , que apelido lindo você tinha , meu amigo , pegou bem em você que era forte e decidido.

Mas hoje , quando recebi o telefonema eu já sabia do que se tratava mesmo antes do Péricles dar a notícia eu senti que você já não estava mais aqui e naquele instante meu amigo , eu comecei a perder muito da minha alegria de viver.

Do seu eterno amigo José Américo

Rio , 25/0510