*RECORTE DE PAPEL

Olhando a tela pendurada e só
Fitei com emoção certo recorte
Lembrava o rosto sério da vovó
As mãos, as rugas o tempo, a sorte

O riso foi pousando na miragem
Barquinho de papel perambulando
E foram tantos na ultrapassagem
Dos anos e a tesoura relembrando

Sentada na calçada em desalinho
Arraia para o irmão, pombo correio
Varrendo o céu, o vento em devaneio

E, quando a imagem de um cavalo
Moldou o cavaleiro, mão de embalo
Cortou todo papel, sorri baixinho
                                      sonainogueira
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 08/06/2010
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