A MORTE DAS SOMBRAS
Odir, de passagem
Eu temo a noite, tal como o fustigo
do vento frio no pontal do porto.
Tento passá-la em paz, mas não consigo.
Em suas sombras sinto que estou morto.
Nela não vem ninguém falar comigo.
A solitude aumenta o desconforto.
Noite indormida a me impingir castigo,
da minha vida provocando aborto.
A conversar comigo, escuto o nada
e o nada em nada serve de conforto,
calando a noite por demais calada.
A luz da vela faz-me um vulto torto
tentando o teto. Temo a madrugada.
Em suas sombras sinto que estou morto.
JPessoa, 07.06.10
Odir, de passagem
Eu temo a noite, tal como o fustigo
do vento frio no pontal do porto.
Tento passá-la em paz, mas não consigo.
Em suas sombras sinto que estou morto.
Nela não vem ninguém falar comigo.
A solitude aumenta o desconforto.
Noite indormida a me impingir castigo,
da minha vida provocando aborto.
A conversar comigo, escuto o nada
e o nada em nada serve de conforto,
calando a noite por demais calada.
A luz da vela faz-me um vulto torto
tentando o teto. Temo a madrugada.
Em suas sombras sinto que estou morto.
JPessoa, 07.06.10