Rosa dos Ventos

Vento que não vejo a cor e apenas sinto

Soprar vela errante sem rumo, cais, farol.

Rosa dos ventos não há, apenas instinto

Que faz do amor o regato caminho escol.

Meu leme se perde em ti e me traz a nuvem

Pincelada em grís cor de ipê outono agosto.

Tua íris u'a estrela, tua voz fenícios ouvem,

Tua presença um anseio que n'alma me tem posto.

Rosa dos ventos não venta onde o amor vela

Morto porto, torto rumo, pouco e tudo

De um tão sonoro confuso tom de espera.

Navegar? Preciso, de fato, contudo

Impreciso. Quiçá u'a real quimera?

Chuva serôdia ou quem sabe, procela.