No Domingo...
A indiferença com que passas pela rua
sem olhar para os lados, sem me ver,
é a imagem que aos poucos se insinua
nos sonhos em que te faço aparecer.
A rua é sossegada, e me acompanha
numa procura inútil de um sorriso teu,
que, como eu, também ela não ganha
e acho que essa esperança até perdeu.
Aos domingos, quando fica interditada,
a rua é área de lazer bem disputada,
onde brinca, atrás do teu, meu coração.
E com a rua fechada, sem barulho,
eu quase posso escutar o teu orgulho
conversando, na esquina, com a ilusão