SONETOS DA MONTANHA.

SONETO 1

Ouviu-se um clamor que caía como chuva

Permeando jardins dos pensamentos secretos

Seu som cabe aos ouvidos e mão e luva

Contando fábulas encantadas dos sátiros

Os sonhos levantam-se de um sono profundo

Mostrando-lhe as setas para o infinito

Não encontro os mares e lugares, confundo

Buscando o instinto que hoje é extinto

A voz ascende ao alto que é o seu lugar

A luz que cai, desenha as formas naturais

Apaga a noite que não se pode enxergar

De cima, amores são vistos como orações

Viagens ao céu impossíveis de divulgar

Olhando na face de anjos celestiais.

SONETO 2

Antes que daqui desapareça por completo

Dei-me novamente seu último beijo

Outra chance de criar em mim seu desejo

Outro beijo e eu acordo... Desperto

Os dias parecem longos como o deserto

Por mais que os anos passem não percebo

Mostre-me a energia e eu a recebo

Nossos campos imortais te querem por perto

Envolva-me com sua chuva delicada

Guarde em meu coração seus segredos

Construa nas alturas, nossa nova morada

Somos fagulhas de luz perdidas no deserto

Querendo fugir das areias que dão medo

Subindo montanha, que é o caminho certo.

Tomb
Enviado por Tomb em 04/06/2010
Reeditado em 04/06/2010
Código do texto: T2299525
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