Ardente Coração

Como pode algo bom ser tão ruim?

Esta paixão que ora me arrebata

rasga-me o peito, o coração enfim,

põe-me no pelourinho e desce a chibata.

Como escravo, submeto-me à servidão

Morro dentro de mim e por ti espero

Choro porque não posso, mas te quero

Fujo para teus olhos, que jamais me verão.

Ardo de vontade, desejo, tesão

Grito querendo ao menos te ver

Querendo que aceites meu coração

Que queima e por teu nome clama

Que mata aos poucos o meu ser

E que subsiste só porque te ama.

Ilhéus/BA, 03 de junho de 2010.