soneto de natal
o azul quando atravessa
as nuvens as dúvidas e pousa
entre as pedras na palavra
sua luz assim despida
todas as tardes se parecem e convergem
para o verão que houve e opera
a transfiguração da angustia e das perdas
em estrelas na claridade
este azul então dissolve
os espinhos e a cruz em volta
das rosas que sangram e sonham e faz
na treva mais espessa
na profunda meia-noite a aurora
permanecer sempre acessa