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Ao meu redor vejo fantasmas se movendo,
Triste balé de mil espectros sem destino,
Dança macabra que revela o desatino
Da vida humana, ao simples nada se rendendo!

Nos rostos pálidos só enxergo o pequenino,
A fútil marca do consumo apodrecendo,
Torpe matéria (pouco a pouco) recebendo
Troco e mais troco de um diabo belo e fino!

Ao meu redor títeres cegos se divertem
Como os bonecos de um teatro singular,
Feito anjos cegos, manequins frios se convertem
Em sombras toscas na vitrine a cintilar!

- No olhar do outro as coisas logo se invertem:
“Eu sou o fantasma, o louco títere a sonhar!”