Homenagem a Antônio Conselheiro
(Para o Euclides da Cunha)
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
E no espectro do luar
Vai sobrar o violão.
O calango vira peixe
O peixe vira calango
O urubu se embranquece
E, gaivota, vai pescando
O cacto vira alga
A serpente vira ostra
Pedra seca vira sal
O mar seca e se dessalga
Seca superfície mostra
Um desértico areal.