Pesadelo
A treva povoava a noite escura,
e nessa escura noite um vulto eu vi,
correndo feito louco, qual zumbi,
que não encontra a alma que procura.
O vulto iluminava, em vã brancura,
um campo devastado, um cariri
em que jamais se ergueu um taquari,
tamanha e imensa a carga de amargura.
A luz que alumiava o branco vulto
em nada parecia a um vagalume,
em nada se igualava, não luzia.
Em noite escura, em quarto escuro oculto,
eu me vi nulo, igual facão sem gume,
e a noite se fez breu à luz do dia.