MANHÃ
LEVANTO-ME cedo
como o crepúsculo rotineiro.
Miro-me a janela
como a donzela ao espelho.
Aquela luz forte e perpendicular
bate calma e tênue em meu rosto
como o orvalho terno, viçoso
as plantas a acarinhar.
Sinto-me tonto e inebriado
de presenciar tal fato. Com encanto
e arroubo teço um laudo:
Fenômeno frugal e no afã
meus sentidos drapejam
com a chegada da manhã.