INSÔNIA

INSÔNIA

Por que, anjo lindo, fazes da insônia teu guia,

é o traste a teu lado que tanto te amua?

Cativa, quiçá, invejas o livre da lua.

São resquícios, talvez, que tua alma cega expia.

A mente solta singra os mares da rua,

aspirando o gostoso odor da maresia.

Não tem tabus, não tem provas nem ventania

e esboça desejos e sonhos, livre e nua.

O príncipe antigo, inda que impregne teus sonhos,

não rompe as amarras dos males enfadonhos

que te prendem a tabus de ignoto sabor.

Mas o vento não rompe a vela que enfuna

e traz melodiosa a canção da graúna

ao coração triste que clama por amor

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 25/05/2010
Reeditado em 25/05/2010
Código do texto: T2278012
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