INSÔNIA
INSÔNIA
Por que, anjo lindo, fazes da insônia teu guia,
é o traste a teu lado que tanto te amua?
Cativa, quiçá, invejas o livre da lua.
São resquícios, talvez, que tua alma cega expia.
A mente solta singra os mares da rua,
aspirando o gostoso odor da maresia.
Não tem tabus, não tem provas nem ventania
e esboça desejos e sonhos, livre e nua.
O príncipe antigo, inda que impregne teus sonhos,
não rompe as amarras dos males enfadonhos
que te prendem a tabus de ignoto sabor.
Mas o vento não rompe a vela que enfuna
e traz melodiosa a canção da graúna
ao coração triste que clama por amor