Hora sacra

A tempestade amaina e a fina chuva cai,
o sol retorna lento e a tarde se declina,
a brisa, sem cessar, batendo na colina,
murmura uma canção, que mais parece um ai.

Toda tormenta finda e o vento se retrai,
e contra a luz se vê a chuva calma e fina,
distante e tão sozinho o canarinho trina,
soltando, com fulgor, um canto que se esvai.

Por sobre o largo rio encantos mil se vê,
canoas que se vão,  um belo pé de ipê,
um arco-íris que, rasgando o céu, relume.

No ar se tem então o mais sutil perfume,
a mais bela poesia, e acetinado lume,
trazendo para mim saudades de você.

 


Edir
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 24/05/2010
Reeditado em 18/12/2012
Código do texto: T2276838
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