Reticente.

A paz de uma vida, resumida a pó.

Um momento de alegria, transmutado em dor.

A solenidade, o aborrecimento, a fobia...ponto final.

A vingança subentendida, desfaz-se, um nó.

Ridículo calabouço, amordaçou o herói.

Insano, foi o erro, do pallhaço que fugiu.

Reticente o desejo, nunca realizado.

E viscejante o humor tão ultrajado.

Parto agora, sem as mãos...sem os pés..

Vou além dos horizontes, dantes adormecidos..

Vou além de pássaro tão destemido...

Parto agora, indolor, indelével...

Sem martírios, agora, livres!

Sem sacrifícios, só parto, agora!

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 22/05/2010
Código do texto: T2272077
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