Colcha de Lembranças


E salpiquei de mil estrelas nossa alcova
e transformei a terra em céu naquele espaço,
e não senti temor, ou falta, ou erro crasso,
e fui a amante que ao amado quer e louva.

Se nos teus braços eu vivi momentos belos,
se tu me amaste como só amam, os bravos,
a nossa colcha de lembranças, alinhavo,
porque o destino solapou os meus anelos.

Hoje o viver é habitar sempre o vazio
e criar nele a impressão de algo completo;
é persistir naquele amor, ó meu dileto,
e admitir que ao trivial eu renuncio.

Mas tenho um tempo na memória que é sagrado:
―esse intervalo dos teus sonhos ao meu lado...

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