Lunático
Rasga a araponga o seu canto, exótico
Trinca férreo timbre o barulho, metálico
Num cenário calmo vespertino, bucólico
O local ensombreado, tranquilo, apático
Quebrando agônico silêncio, melancólico
No seu grito de estridente tinir, robótico
Do pássaro feio, esquisito, estrambótico
Premente no toar intermitente, diabólico
A completar o quadro o ente, cadavérico
Titubeia na alameda horrendo, caquético
Com um hálito podre, insuportável, etílico
Inserido num mundículo hermético, gótico
Ébrio, extra galático, ansiolítico, alcoólico
Seu hábito patético sorumbático, Caótico
Valdívio de Oliveira Correia Júnior, 18/05/10
****************************************************
Caros amigos! Este texto é o resultado de um desafio
feito por minha irmã, Pedagoga, licenciada em Letras Verná-
culas pela UFBA, que ao ler meu último texto "Tarântula"
Percebeu que as rimas são todas em proparoxítonas, que
Segundo ela, são palavras um tanto raras, duvidou que eu
fizesse outro soneto, usando proparoxítonas diferentes num
contexto gótico e bucólico. Bem! Eu até que tentei, o resul-
tado está aí, espero que gostem, se não, podem criticar!!
Abraços! Muita paz!
Juninho Correia