Gerúndio
Perdi-te, e eu bem sei o porquê.
Tinha certeza que tu me entendias
Quando dizia que a alma de meus dias
Era o chão que se mostra à tua mercê.
Mas nunca pude cobrar-te, já que
Nem mesmo eu, afogado em manias,
Consegui mostrar-te que conseguias
Ser rosa sem espinhos: meu buquê!
Percebi que amar é ato constante,
Nutrindo e nutrindo a todo o instante,
Pois que o amor é uma grande área vazia:
Balão que, sem ar, não ganha o céu;
Colmeia que produz sem ter seu mel;
Um vácuo para encher-se todo dia.