CUMPLICIDADE INOCENTE

Nós dois somos cúmplices neste amor,

o qual devora-nos a alma e clama

pelo corpo, como uma ardente chama,

que nos acolha com todo o calor.

Como poderá alguém se contrapor,

a esta paixão? Apenas quem não ama.

Está certamente restrito, a cama,

não faz um julgamento de valor.

Como saídos de algum ritual,

insinuamos passos envolventes,

buscando, a rigor, outro visual.

Nesta doidice estamos coniventes,

envoltos que somos ao natural,

parecemos crianças inocentes.

Marco Orsi

17.05.2010