Soneto 525 com Marcos Loures
*UM BARQUINHO DE PAPEL
Barquinho de papel na correnteza
Olhando da janela eu vi no mar
Um canto quase surdo pra escutar
A voz da ventania, que nobreza!
Não sei por quanto tempo e se vai
O pensamento longe a declamar
Pequeno, e no poema em alto mar
Seguia em correnteza num rogai
Que a chuva não apague de repente
O som que a letra risca num pensar
Como uma orquestra fita ao soar
Acordes num registro delicado
E chegue ao poeta o som rimado
Revendo na canção o som do fado
sonianogueira
Imagem semelhante em mar imenso
Aonde encontro em ti o ancoradouro
E quando tanto amor se faz tesouro
É nele que deveras sempre penso,
E tanto poderia e me convenço
Do sonho nosso imenso sorvedouro
Restando a quem se quis onde me douro
O navegar em tempo mais intenso,
Vencer as armadilhas e tempestas
Enquanto aos tais delírios tu te empestas
Estendo os braços como fossem cais,
E sinto-te decerto junto a mim,
Bebendo a poesia vejo enfim,
Os fins dos velhos duros vendavais...
marcosloures
*UM BARQUINHO DE PAPEL
Barquinho de papel na correnteza
Olhando da janela eu vi no mar
Um canto quase surdo pra escutar
A voz da ventania, que nobreza!
Não sei por quanto tempo e se vai
O pensamento longe a declamar
Pequeno, e no poema em alto mar
Seguia em correnteza num rogai
Que a chuva não apague de repente
O som que a letra risca num pensar
Como uma orquestra fita ao soar
Acordes num registro delicado
E chegue ao poeta o som rimado
Revendo na canção o som do fado
sonianogueira
Imagem semelhante em mar imenso
Aonde encontro em ti o ancoradouro
E quando tanto amor se faz tesouro
É nele que deveras sempre penso,
E tanto poderia e me convenço
Do sonho nosso imenso sorvedouro
Restando a quem se quis onde me douro
O navegar em tempo mais intenso,
Vencer as armadilhas e tempestas
Enquanto aos tais delírios tu te empestas
Estendo os braços como fossem cais,
E sinto-te decerto junto a mim,
Bebendo a poesia vejo enfim,
Os fins dos velhos duros vendavais...
marcosloures