Soneto do primeiro amar
Do perfume teu as mãos minhas, ó
Embriagadas! e encharcadas, sim,
Do cheiro teu, da noite nossa, enfim,
Tu foste à noite doce e minha só.
Virtude intacta a tua fez-me um nó,
Intacta a minha, porém sempre a fim
De conhecer-te e saber-te, assim,
Pueril a alma tua, mas sem dó.
Sublimes, nós, nossa alegria ao amar!
Ansioso, a vez primeira manifesta,
Sob o meu estremeceu, nu, o corpo teu.
E somente a certeza então nos resta
Do inconcebível que seria outar
O que na noite escura arrefeceu.