Soneto do primeiro amar

Do perfume teu as mãos minhas, ó

Embriagadas! e encharcadas, sim,

Do cheiro teu, da noite nossa, enfim,

Tu foste à noite doce e minha só.

Virtude intacta a tua fez-me um nó,

Intacta a minha, porém sempre a fim

De conhecer-te e saber-te, assim,

Pueril a alma tua, mas sem dó.

Sublimes, nós, nossa alegria ao amar!

Ansioso, a vez primeira manifesta,

Sob o meu estremeceu, nu, o corpo teu.

E somente a certeza então nos resta

Do inconcebível que seria outar

O que na noite escura arrefeceu.

Cirilo
Enviado por Cirilo em 26/08/2006
Reeditado em 28/10/2015
Código do texto: T226005
Classificação de conteúdo: seguro