AMOR À ARTE
AMOR À ARTE
Visto molambos, crista baixa, machucado,
sobre muletas andava minha autoestima.
Cismava que do amor fiz minha obra-prima
amara descoberta – sequer eu fui amado.
Amor é um todo, como há na folha da lima
o perfume qual do mesmo fruto emanado.
Esse amor é alento, reconforta; é sagrado;
base e suporte que o prédio da vida arrima.
Mas, ah! surge um anjo lindo que a arte enobrece,
(o corpo do seu poeta ele nem conhece!)
só vê alma neste semeador de ilusões.
... ele viu minha obra; e leu minha poesia
sentiu algo no peito que sua alma extasia
e agora existe um só lema em dois corações.