O som que vem daquela casa antiga...
De repente, daquela casa antiga,
sobe um som tão velho quanto ela,
como se fosse a lembrança amiga
debruçando-se de novo na janela.
É um sucesso da minha mocidade,
e cuja letra eu repetia até de cor:
falava de amor, sonho e saudade,
coisas que hoje conheço bem melhor.
Imagino quem, dentro dessa casa,
calado e pensativo, ao lado da vitrola,
escuta o velho e arranhado disco,
quem o relógio do seu tempo atrasa,
enquanto uma lágrima no rosto rola
e ele disfarça, dizendo que é um cisco.