NA NOITE DA MINHA SOLIDÃO
Cada canto, ao alcance do que vejo,
marca marcas de ausência e de abandono.
Na noite imerso, desertado o sono,
vago vaga marinha em meu desejo.
O vento norte parecendo arquejo
de escorraçado cão que perde o dono,
pela janela, com sinais de outono,
semelha de lamúrias um cortejo.
Na solidão da minha noite sigo
as contrações de adeus - meu coração
a falar de saudade, em vão, comigo.
Há na noite da minha solidão
um vulto de mulher pedindo abrigo
e o seu passado a me dizer que não.
Odir, de passagem