NA NOITE DA MINHA SOLIDÃO


Cada canto, ao alcance do que vejo,
marca marcas de ausência e de abandono.
Na noite imerso, desertado o sono,
vago vaga marinha em meu desejo.

O vento norte parecendo arquejo
de escorraçado cão que perde o dono,
pela janela, com sinais de outono,
semelha de lamúrias um cortejo.

Na solidão da minha noite sigo
as contrações de adeus - meu coração
a falar de saudade, em vão, comigo.

Há na noite da minha solidão
um vulto de mulher pedindo abrigo
e o seu passado a me dizer que não.

Odir, de passagem



oklima
Enviado por oklima em 15/05/2010
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T2259047
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.