Anseio por despir-me desse mundo
Não desejo do tempo uma espera
Lá fora, o dia suspira profundo
A noite não será mais de quimera.
Os sons da tempestade ecoam lá fora
Seu canto em meu peito retine lamento
A vontade de partir qual nuvem me devora
Vibra em minh'alma o grito rouco do vento.
No olhar, quero o esplendor da chama ardente
para iluminar minhas noites carentes de lua
Viajarei sem rumo feito estrela cadente
No caminho plantarei sementes de utopia
Meus pés sangrarão ao calcar pedras cruas
Será o preço a pagar por cometer tal ousadia.