Navalha fina (2)
Navalha fina corta a minha tez,
penetra fundo a carne, sangra o imo,
e jorra todo sangue, lá, no limo,
sem ter sequer um gesto mais cortês;
os sonhos, todos, mata com friez,
e tira o que eu adoro, mais estimo,
um gesto de carinho, ou mesmo, mimo,
deixando-me do jeito que tu vês.
Navalha tão cortante, fundo fere
o meu viver, tão cheio de langores,
apenas solidão, que habita os mares.
Por mais que eu faça, tanto, assim, me esmere,
e mesmo que sonetos, sempre, gere,
jamais expresso todos os penares.
Brasília, 8 de Maio de 2010.
Seivas d'alma, pág. 116
Navalha fina corta a minha tez,
penetra fundo a carne, sangra o imo,
e jorra todo sangue, lá, no limo,
sem ter sequer um gesto mais cortês;
os sonhos, todos, mata com friez,
e tira o que eu adoro, mais estimo,
um gesto de carinho, ou mesmo, mimo,
deixando-me do jeito que tu vês.
Navalha tão cortante, fundo fere
o meu viver, tão cheio de langores,
apenas solidão, que habita os mares.
Por mais que eu faça, tanto, assim, me esmere,
e mesmo que sonetos, sempre, gere,
jamais expresso todos os penares.
Brasília, 8 de Maio de 2010.
Seivas d'alma, pág. 116